Fortaleza, Ceará, Brasil:
O Poeta Popular Tião Simpatia foi alfabetizado aos 15 anos de idade por meio da Literatura de Cordel na Zona Rural de Granja-Ceará. Concluiu seus estudos em Camocim, mudando-se para Fortaleza em 2006, onde reside atualmente. Com 20 anos de estrada, mesclando música, cordel e cidadania, o artista tem vários CDs lançados e dois DVDs”, além de vários cordéis dentre eles o mais conhecido “A Lei Maria da Penha em Cordel ”, traduzido em inglês, espanhol, braile, e apresentado para mais de 50 mil alunos da Rede Municipal de Ensino de Teresina, entre 2014 a 2016. Viaja por todo o Brasil se apresentando ao lado de Maria da Penha e foi quatro vezes à África: duas vezes a Cabo Verde e duas vezes a São Tomé e Príncipe. Sua trajetória internacional começou em 2011 quando foi convidado pela Organização das Nações Unidas-ONU, para participar de uma oficina sobre violência doméstica, com 26 artistas Latino-Americanos na Cidade do Panamá. É integrante da Red de Artistas ÚNETE da Campanha Global do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres ”, e parceiro do Instituto Maria da Penha.
FONTE: Blog Oficial do Artista
JORGE DE ALTINO:
Jorge Assis de Assunção
Olinda, PE
Suas primeiras composições foram gravadas pelo Trio Nordestino, entre as quais, "Fole de ouro", "Amor demais", "Forró quentão" e "Petrolina Juazeiro". Em 1976, o Trio Nordestino gravou dele, Félix de Barros e Giza da Rocha "A separação".
Em seu início de carreira inspirou-se em Raul Seixas e Jackson do Pandeiro. Gravou discos independentes. Um desses discos vendeu cerca de 48 mil cópias em menos de um mês, mesmo sem a capa, que foi feita em São Paulo e demorou a chegar em Recife.Em 1980 lançou seu primeiro LP: "Jorge de Altinho - O príncipe do baião", pela gravadora Odeon, com composições de sua autoria como "Ela vem", "Bala trocada" e "O grito da natureza" e também duas parcerias com Petrúcio Amorim: "Disfarce" e "Confidências", músicas que se tornaram clássicos em bares e casas de shows de todo o Nordeste. Em 1983, lançou pela RGE o LP "Canto livre", em que gravou "Saudade de você", de Onildo Almeida, "Canto livre", de Janduhy Finizola e "Vida colorida", de sua autoria.
Em 1984 gravou a composição "Desejo de mouro", do compositor e cantor paraibano Zé Ramalho. Em 1985, gravou com o Quinteto Violado o forró "Bom demais", de sua autoria. Em 1986, teve uma participação especial no disco da cantora Marinês, cantando com ela a composição "Jeito manhoso", de Nando Cordel. No mesmo ano gravou "Estrela do amor", de Dominguinhos e Nando Cordel e "Com você eu vou", de Nando Cordel. Em 1987, Genival Lacerda gravou dele e Genival Lacerda "Fio dental". No mesmo ano, Marinês gravou, de sua autoria, a música "Feitiço". Ainda no mesmo ano, ganhou disco de ouro pela vendagem do LP "Calor de verão", o primeiro a fazer sucesso fora do Nordeste. Na ocasião, realizou shows em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já gravou 26 discos pela EMI, Paradoxx, RGE, Som Livre e RCA. Ficou 10 anos na BMG. Em 1989 gravou "Quero ter você", em parceria com Fagner. Em 1998 lançou um CD com canções românticas, entre as quais, "Me dê motivo", de Michael Sullivan. Em 1999 teve a música "Brincadeira na Ribeira" gravada por Dominguinhos. No mesmo ano, o Trio Forrozão gravou, "Bom demais", no disco "Na batida da zabumba", lançado pela Natasha Records. Em 2000, apresentou-se no programa "Jô Soares onze e meia", na TV Globo. Entre seus sucessos estão as músicas "Doido pra vadiar", "Deixa clarear", "Nem ligue" e "Vida viola". No mesmo ano, lançou o CD "Jorge de Altinho ao vivo", pela Continental East/West, interpretando, entre outras, "O fole roncou", de Nelson Valença e Luiz Gonzaga. Em 2001, teve sua composição "Chamego proibido", em parceria com Lindolfo Barbosa, gravada por Santanna O Cantador, no CD "Xote pé de serra", produzido por Robertinho do Recife. Em 2005, gravou DVD ao vivo, no Chevrolet Hall, em Recife (PE). O álbum, que teve direção musical de Luciano Magno e produção de Fabrízio Ramos, contou com participações especiais de Dominguinhos, na música "Sanfona Sentida" (Dominguinhos/ Anastácia), e Fagner, em "Petrolina" (Ricardo Reias e Léo Jr.). Na mesma época, lançou o CD "As marchinhas juninas de Jorge de Altinho", com todas as músicas autorais: "Deixa Clarear" (c/ J. Soares), "Saudade Doedeira", "Nessa Solidão", "Bom Demais", "Água Clara", "Pena Passarinho", "Petrolina-Juazeiro", "Tamanho de Paixão" (c/ Elifas Jr.), "Tanto Tempo/ Tanto Amor", "Amor pra Delirar", "Amor Sincero" (c/ G. Neves), "Sou Feliz" (c/ E. Rodrigues), "Confidência", (c/ P. Amorim), e "Deixa Clarear" (c/ J. Soares). Em 2010, lançou o CD "Dois eus", de forma independente. O trabalho trouxe as músicas autorais "Quem provar do meu amor", "Ei você", "Naquela noite", "A volta", "Se lembre de mim", "Eu sei" e "O teu sorriso"; além de "Chora coração", de Will Jr e Willy Lins; "Meu ex-amor", de Amado Batista e R. Sodré; "Chuva de Verão", de Antônio José; "Você não serve pra mim", de Renato Barros; "Eu só quero um xodó", de Dominguinhos e Anastácia, "Não chore mais (No woman no cry), de Bob Marley (vs. Gilberto Gil); "Eu já nem sei", de Roberto Corrêa e Sylvio Son; e "E nunca mais eu vou deixar você tão só", de Antônio Marcos. Em 2012, realizou participação na coleção tripla de CDs "Pernambuco forrozando para o mundo - Viva Dominguinhos!!!", produzida por Fábio Cabral, cantando, ao Lado de Anchieta Dali, a música "Cacimba", de Anchieta Dali e Abdias Campos. A coletânea trouxe forrós diversos, interpretados por 48 artistas, e que fazem referência aos 50 anos de carreira do seu inspirador: Dominguinhos. Interpretando músicas de compositores em sua grande maioria pernambucanos, fizeram parte do projeto também artistas como Acioly Neto, Adelzon Viana, Dudu do Acordeon, Elba Ramalho, Hebert Lucena, Irah Caldeira, Liv Moraes, Petrúcio Amorim, Geraldo Maia, Sandro Haick, Spok, Jefferson Gonçalves, Chambinho, Joquinha Gonzaga, Maciel Melo, Luizinho Calixto, Silvério Pessoa, Walmir Silva, entre outros, além do próprio Dominguinhos. Também em 2012, participou do disco "Luiz Gonzaga - Baião de dois", lançado pela Sony Music e produzido por Fagner, em homenagem ao centenário do nascimento do Rei do baião. O CD apresentou quinze obras interpretadas por Luiz Gonzaga, remasterizadas digitalmente, em duetos virtuais com nomes como, além do próprio Jorge de Altinho, Zélia Duncan, Amelinha, Zeca Pagodinho, Alcione, Alceu Valença, Chico César, Zeca Baleiro, Ivete Sangalo, Fagner, Dominguinhos e Zé Ramalho.
FLÁVIO JOSÉ:
Monteiro, PB
Flávio José - 1999 - Ao vivo - Forró das antigas
Começou a tocar acordeon aos sete anos de idade. Aos 10 anos já se apresentava cantando e se acompanhando com um acordeon de 24 baixos.
Em 25 anos de carreira gravou oito discos de vinil e oito CDs, recebendo cinco discos de ouro. Anualmente apresenta-se nas principais casas de shows do Nordeste. Nos anos 1990 tornou-se o cantor mais procurado para animar as festas juninas em todo o Nordeste. Em 1994 lançou seu primeiro LP, "Nordestino lutador", onde cantou entre outras, "Mansa demais" e "Lembrança", de sua autoria e "Avoante" e "Lembrança de um beijo", de Acccyoli Neto. Em 1995 gravou "Balançando a tanajura", de Nando Cordel, "Imitando os oito baixos", de Osvaldinho do Acordeon e "Pimenta no salão", de Bastinho Calixto e Claudô. Em 1997 gravou o CD "Sem ferrolho e sem tramela", onde gravou "Espumas ao vento", de Accyoli Neto, "Cartilha pra seu Luiz", de Pinto do Acordeon e "O berço da minha paz", de cecéu e Antônio Barros. Em 1999 gravou "Povo de gado", de Edgar Mão Branca, "Tempo de criança", de José Marcolino, "Bebê chorão", de Cecéu e "Pé na estrada", de Jorde de Altinho. Entre seus principais sucessos encontram-se "Que nem vem vem", "Caboclo sonhador", "Caia por cima de mim", "Um passarinho", "Gente sofrida", "Eu sou o forró" e "Cartinha pra seu Luís", entre outras. Em 2000 lançou pela BMG o CD "Seu olhar não mente", onde regravou "Qui nem jiló", de Luiz Gonzaga, e prestou uma homenagem ao rei do baião na música "O rei nas estrelas". Em 2001 gravou entre outras "O que a gente faz", de Antônio Barros, ÄBC do amor", de Onildo Almeida e "Chovendo sinceridade", de Maciel Melo no CD "Me diz amor", pela BMG. Em 2004, realizou shows pelos estados da Bahia e Pernambuco.
DISCOGRAFIA:
(2001) Me diz amor • BMG Brasil • CD
(2000) Seu olhar não mente • BMG • CD
(1999) Pra todo mundo • L. B. C Gravações • CD
(1999) Flávio josé sempre ao vivo • L. B. C Gravações • CD
(1998) A poeira e a estrada • L. B. C Gravações • CD
(1997) Sem ferrolho e sem tramela • L.B.C Gravações • CD
(1996) O melhor de Flávio José • L. B. C Gravações • LP
(1996) Filho do dono • L. B. C Gravações • CD
(1995) Tareco e marista • L.B.C Gravações • LP
(1994) Nordestino lutador • L.B.C Gravações • LP
FONTE: Dicionário Cravo Albin da MPB
MARILENA LIMA 1ª ÁRBITRA E REPÓRTER ESPORTIVA DO ESTADO DO CEARÁ:
Se o futebol hoje em dia ainda é machista, imagine há três décadas. Uma mulher no apito, para muitos, era algo chocante. Por isso o jogador não pensou duas vezes quando sofreu cartão amarelo. Baixou o calção e, sem pudor, urinou em campo em protesto contra a juíza de 20 e poucos anos. Esse é um dos causos vividos por Marilena Lima, a primeira árbitra e repórter esportiva do Ceará.
A cena aconteceu na praça da Granja Portugal, periferia de Fortaleza, por volta de 1984. No momento causou repulsa, hoje é motivo de graça. “Só me restou expulsá-lo e o jogo continuou”, relembra a jornalista. Mas antes de impor autoridade com o apito, era com o microfone que Marilena galgava espaço para mulheres em terrenos dominados por homens.
No início da década de 1980, Marilena ganhou fama no jornalismo cearense por ser a única mulher a cobrir futebol. Foi a rádio Dragão do Mar quem bancou a ousadia. Na época, isso representava um problemão, já que as entrevistas aconteciam no vestiário dos estádios, com jogadores de toalha ou mesmo nus. “Quando eu chegava, perguntava se podia entrar. Meus colegas de imprensa me ajudavam. No máximo atrasava um pouco a minha entrevista, já que os repórteres homens iam até o espaço de banho dos atletas”, conta Marilena. “O pessoal me recebeu bem”.
O mesmo não se pode dizer da cartolagem, quase sempre avessa a novidades. “Os dirigentes de clubes me olhavam meio atravessado. Chegou a haver uma tentativa de interferência por parte do presidente da Federação Cearense de Futebol (FCF), coronel Barroso, questionando o fato das entrevistas em vestiários”, relata.
Apesar da marcação cerrada, Marilena conseguiu atuar nos três grandes clubes de Fortaleza. Participou de coberturas marcantes, como uma entrevista a Telê Santana, técnico da seleção brasileira. “Eu entendia de futebol, jogava uma vez por semana com uma turma de mulheres que se reunia numa quadra atrás da antiga Rodoviária dos Pobres, no Antônio Bezerra”.
Quando eu chegava (ao vestiário), perguntava se podia entrar. No máximo atrasava minha entrevista, já que os repórteres iam até o espaço de banho dos atletas”. Marilena Lima.
Faltava saber mais sobre as regras do jogo. Por isso, Marilena se inscreveu em curso de arbitragem, o primeiro com espaço para mulheres. “De cinco, se formaram apenas duas. Na conclusão, veio o Arnaldo Cesar Coelho”, lembra, citando o árbitro da final da Copa do Mundo de 1982.
Marilena Lima, hoje com 53 anos, é documentarista e possui uma produtora, a “M Pro Filmes”, que produz vídeos institucionais para organizações públicas e privadas e filmes independentes.
Como não havia completado o ensino médio, Marilena não recebeu o diploma definitivo. “Em vim do interior e o acesso à escola era complicado”, explica Marilena, nascida em Solonópole, criada em Acopiara. Não foi possível apitar no Campeonato Cearense. A alternativa foi o subúrbio, além do torneio intermunicipal da associação dos cronistas esportivos.
Marilena não tinha familiares por perto para reprovar as jornadas futebolísticas. Quando casou com um militar, porém, ficou difícil seguir na arbitragem. “Ele não entendia bem a participação feminina em atividades pouco comuns”, lamenta.
Eu entendia de futebol, jogava uma vez por semana com uma turma de mulheres que se reunia numa quadra atrás da antiga Rodoviária dos Pobres, no Antônio Bezerra”.
Tanta exposição, nos gramados e no rádio, rendeu frutos. Marilena migrou da Dragão do Mar para a Uirapuru. Passou ainda por AM do Povo e Verdes Mares. O futebol deixou de ser trabalho definitivamente. Ela acabou requisitada para uma área do jornalismo que crescia, a policial. Indicada em 1990 para o Barra Pesada, da TV Jangadeiro, ajudou a formatar o padrão que hoje é repetido por inúmeros programas do gênero. Marilena sempre foi pioneira.
FONTE: Verminosos por Futebol
Conheça o autor
O jornalista Rafael Luis Azevedo, 33, mantém desde 2012 o site Verminosos por Futebol. Já venceu 18 prêmios de jornalismo, como Esso, Embratel e Petrobras e quatro vezes o da Associação Cearense de Imprensa. Cobriu duas Copas do Mundo in loco e é co-autor de livros dos 100 anos do Ceará SC (2014) e dos 70 anos do estádio Presidente Vargas (2011). É coordenador do portal Tribuna do Ceará (desde 2013), e trabalhou para O Povo Online (2003/04), jornal O Povo (04/12) e TVs Jangadeiro/SBT (05/06), O Povo/Cultura (07) e Cidade/Record (12/13). Já fez trabalhos para as revistas Four Four Two, So Foot, Kickoff, Courrier International e Placar, além de Agência Pública e TV France 2.